Omã tem-se afirmado como um dos mercados mais promissores da Península Arábica, com condições especialmente favoráveis para as empresas portuguesas que pretendam expandir-se no Médio Oriente. A estabilidade política e a riqueza cultural, a par de um plano económico arrojado, colocam Omã na vanguarda da diversificação, da sustentabilidade e do investimento estrangeiro.
As energias renováveis são, sem dúvida, um dos domínios mais essenciais. Omã, que dispõe de excelentes condições naturais para produzir energia solar e eólica, fez investimentos significativos na produção de hidrogénio verde. O objetivo é claro: produzir 1 milhão de toneladas até 2030 e 8,5 milhões de toneladas até 2050, estabelecendo-se como um dos seis maiores exportadores mundiais. Esta tendência cria, portanto, oportunidades para as empresas portuguesas especializadas em tecnologias e serviços de energias limpas, como soluções técnicas, consultoria em sustentabilidade e gestão de projetos de transição energética.
Ao mesmo tempo, o turismo sustentável é um componente fundamental da estratégia de desenvolvimento do país. Com mais de 1.700 quilómetros de costa, desertos magníficos, cadeias montanhosas e um rico legado cultural, Omã está empenhado num modelo de turismo baseado em experiências autênticas e na gestão ambiental. Este método abre potencial para operadores turísticos, arquitetos, promotores imobiliários e gestores de património portugueses com experiência em alojamento sustentável, desenvolvimento de terrenos e turismo de natureza.
Outra caraterística distintiva do mercado de Omã é a criação e o crescimento de zonas económicas especiais e zonas francas como Sohar, Duqm e Salalah. A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), mostra-nos que estas zonas oferecem incentivos fiscais muito competitivos, tais como até 30 anos de isenção de imposto sobre o rendimento e 100% de propriedade estrangeira, bem como uma localização geográfica que permite um acesso rápido aos mercados do Golfo, África e Ásia. Estas zonas funcionam como um acesso privilegiado a toda a região para as empresas portuguesas envolvidas em logística, fabrico, exportação e comércio internacional.
O setor imobiliário também registou uma expansão extraordinária. Segundo a plataforma The Sale Home, em 2023, o valor das transações atingiu os 4,22 mil milhões de dólares, um aumento de 16,8% em relação ao ano anterior. Omã permite, assim, que estrangeiros sejam proprietários de imóveis em locais selecionados, incentivando o investimento internacional e permitindo que empresas portuguesas se envolvam em projetos de planeamento urbano, reabilitação e arquitetura sustentável.
A feira internacional Project Oman 2025, que se realiza em Mascate de 3 a 5 de novembro, será um momento especialmente crítico para investigar estas potencialidades. Este evento centra-se na construção, infra-estruturas e soluções urbanas e constitui uma boa oportunidade para conhecer parceiros locais, apresentar soluções técnicas e manter-se atualizado sobre as prioridades de desenvolvimento do país.
Numa altura em que o Mundo se vê obrigado a redefinir a sua posição geopolítica e comercial, e o Golfo se reinventa e faz a transição para modelos económicos mais diversificados e sustentáveis, Omã posiciona-se como um destino distinto, estável e com uma visão clara para o futuro. A ligação histórica e cultural entre Portugal e o mundo árabe, aliada às competências nacionais em setores como a energia, a construção, o turismo e a inovação, colocam as empresas portuguesas numa posição forte para liderar e expandir-se neste mercado.
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