A Arábia Saudita está no centro de uma das mais ambiciosas e estruturadas transformações económicas do século XXI. Desde o lançamento da Visão 2030, em 2016, que o Reino vem a implementar um plano estratégico de longo prazo com três grandes objetivos: diversificar a economia, reduzir a dependência do petróleo e posicionar o país como um centro global de
negócios, inovação e turismo.
O ano de 2025 marca o início de uma nova fase, mais intensa, executiva e orientada para resultados concretos. A prioridade passa agora pela aceleração de projetos estruturantes e pela
atração efetiva de investimento estrangeiro, empresas internacionais e parcerias estratégicas. No centro desta transformação está NEOM, a megacidade futurista com um investimento estimado de 500 mil milhões de dólares. Concebida como um ecossistema urbano totalmente novo, NEOM visa combinar tecnologia de ponta, sustentabilidade ambiental e qualidade de vida, sendo
desenvolvida para atrair talento global, empresas de inovação, startups disruptivas e soluções urbanas de referência. Será um espaço onde mobilidade elétrica, energia renovável, inteligência
artificial e novos modelos urbanos convivem numa lógica integrada.
Paralelamente, o governo saudita está a investir massivamente na modernização das suas infraestruturas, incluindo transportes; saúde; educação; logística; habitação e energias limpas. Estão em marcha centenas de projetos em todo o território nacional, com impacto direto na criação de novos polos económicos e zonas francas, desenhadas para facilitar o comércio internacional.
Um dos marcos mais simbólicos deste reposicionamento global será a Expo 2030, a realizar-se em Riade. O evento, que deverá acolher mais de 40 milhões de visitantes, será a montra internacional das ambições sauditas e está a desencadear investimentos de grande escala em hotelaria, centros de convenções, mobilidade urbana, tecnologia, espaços comerciais e soluções sustentáveis. Esta fase de preparação representa uma janela de oportunidade para fornecedores internacionais, incluindo empresas portuguesas com competências nas áreas de arquitetura, engenharia, construção, equipamentos técnicos, eventos, comunicação, turismo e cultura.
A juntar a este calendário estratégico, está já confirmado que a Arábia Saudita irá acolher o Mundial de Seleções da FIFA em 2034. Embora ainda distante, este evento reforça o posicionamento do Reino como um hub desportivo e cultural de projeção internacional, gerando investimentos em infraestruturas desportivas, segurança, logística, hospitalidade, audiovisual e media, todos eles setores onde Portugal tem oferta diferenciada e reconhecida internacionalmente.
Para as empresas portuguesas, este novo ciclo representa muito mais do que números impressionantes. Representa uma oportunidade concreta de entrada, expansão e consolidação num mercado com elevado poder de compra, forte ambição internacional e um ecossistema legal e institucional cada vez mais aberto ao investimento estrangeiro.
Destacam-se, em particular, as oportunidades nos seguintes setores: Construção; Arquitetura Consultoria técnica especializada; Indústrias criativas; Moda, Mobiliário; Alimentar; Energias renováveis e Digitalização.
Portugal, pela sua imagem de qualidade, inovação, autenticidade e tradição, goza de um posicionamento favorável junto do consumidor e do investidor saudita. A isto soma-se a existência de laços institucionais sólidos entre Portugal e os países do Golfo, com acordos bilaterais em vigor que promovem as trocas comerciais e facilitam o estabelecimento de parcerias estratégicas.
Neste contexto de forte dinamismo económico e abertura ao mundo, a Arábia Saudita deixa de ser apenas um mercado emergente e passa então a ser um destino estratégico para empresas portuguesas com ambição global.
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